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Termografia mede dano dos antiinflamatórios na cicatrização.

cdn |06 jan, 2011

Termografia mede dano dos antiinflamatórios na cicatrização. | InfraRedMed

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A inflamação é caracterizada por sinais flogísticos (eritema, calor, dor e edema) e apresenta 3 fases distintas: agudamente ocorre uma vasodilatação por aumento da permeabilidade capilar; posteriormente uma fase subaguda, ocorre infiltração de leucócitos e de fagócitos; e uma fase crônica proliferativa, onde se observa fibrose e regeneração tissular. Ela é essencial para sobrevivência face à agressão tissular. Entretanto, pelo seu mecanismo de ação, os AINEs além dos conhecidos efeitos colaterais podem interferir com o processo de cicatrização.

Pesquisas indicam que os AINEs aceleraram a destruição articular na osteoartrite, além dos sintomas gastrointestinais, sangramento e danos renais. O uso crônico de AINEs, mesmo associado a antiácidos inibidores da bomba de prótons, não ameniza a situação, pois estes aumentam o risco de fraturas nos quadris. Os AINEs também interagem com a vitamina C, reduzindo seus níveis e prejudicando a cicatrização, produção de colágeno, absorção de ferro e proteção contra radicais livres e infecção. Os salicilatos suprimem reações antígeno-anticorpo, reduzem a permeabilidade capilar, afetam a composição, biossíntese e o metabolismo do tecido conectivo, que participa da inflamação e da formação de barreira contra o desenvolvimento de infecção. AINEs como ibuprofeno e naproxeno, aumentam a pressão arterial, enquanto inibidores seletivos da COX-2 proporcionam maior risco de ataques cardíacos. O paracetamol, 500 mg, e codeína, 30 mg, são uma alternativa segura, especialmente quando associados à glucosamina (20 mg/kg/d) e vitamina D3 (10.000 UI/d) nos casos de osteoartrite em atletas e obesos.

A termografia infravermelha de alta resolução é capaz de documentar estas alterações vasomotoras e mensurar precisamente o grau de inflamação. Sob condições controladas o método é reproduzível e utilizado de forma não-invasiva e sem contato, para avaliar o potencial de AINEs. A vantagem em relação ao método de radioisótopos é que pode ser repetida muitas vezes (horas, semanas, meses) sem risco. A temperatura é a medida mais objetiva para avaliar inflamação articular, demais parâmetros como escala de dor e edema além de subjetivos não distinguem o efeito analgésico do antiinflamatório.

Enquanto AINEs produzem uma queda acentuada no índice termográfico (TI), associada com diminuição de proteínas de fase aguda e do fluxo sanguíneo tecidual local, o uso exclusivo de paracetamol produz pequena diminuição no TI que permanece constante por 4 semanas de avaliação, mesmo com aumento da dose para 600 mg/dia. A termografia comprova o efeito apenas analgésico do paracetamol+codeína em comparação aos AINEs. Confirmando que esta associação não interfere no metabolismo e vascularização, isto é, no processo de reparação das lesões.

 

Referências Bibliográficas

1.     Marsolais D, Côté CH, Frenette J. Nonsteroidal anti-inflammatory drug reduces neutrophil and macrophage accumulation but does not improve tendon regeneration. Lab Invest. 2003;83:991-9.

2.     Brenner M, Braun C, Oster M, Gulko PS. Thermal signature analysis as a novel method for evaluating inflammatory arthritis activity. Ann Rheum Dis 2006;65:306-311.

3.     Brioschi ML, Yeng LT, Pastor EMH, Teixeira MJ. Utilização da imagem infravermelha em reumatologia. Rev Bras Reumatol 2007;47(1):42-51.

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